Dois anos se passaram e eu continuo sendo a mesma garota, com as mesmas dores, o mesmo buraco no peito e a mesma solidão. A minha vida não mudou nada, e o que mudou fez questão de voltar a ser como era antes de forma inesperada e dolorosa. Em dias chuvosos como esse, eu olho pro céu nublado e me pergunto: o que tem de errado comigo? Será que eu sou uma pessoa tão má assim?
Eu não sei se eu sou má, mas talvez tudo isso me faça ser. Porque eu não sei se vou aguentar por muito tempo. Eu só estou avisando que se eu explodir tem uma causa. Se eu virar terrorista e fazer um massacre no dia dos namorados, tem uma causa.
Uma causa, uma razão, um motivo, é tudo o que eu quero pra continuar mas não dá. O buraco no meu peito se abre mais, a cada dia, a cada desilusão. E essas dores se acumulam e quando eu paro pra sentir, sinto todas elas, e como elas são intensas.
Olha eu não sei, se em outra vida eu joguei pedra na cruz ou fiz stripe tease na santa ceia, mas eu sei que não mereço isso. Não mereço ter o coração retalhado, de novo e de novo, interminavelmente.
Disso eu sei, e sei que dói!
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